Pudesse ao menos dar-te essa ventura
Que um dia para mim ambicionei
Mesmo que fosse a troco da amargura
Que involuntariamente te causei
Agora a tua boca só murmura
Palavras de amor que por cantos lhe ensinei
E em teus olhos, dois lagos de água pura
Cristalizam, os prantos, os prantos que por ti chorei
Mas como posso dar-te uma alegria
A cavar-se mais funda dia a dia
Aquela que o teu amor me deu
E a tua vida anda ligada à minha
Por onde uma caminha, outra caminha
E o teu destino há-de ser sempre o meu