Olha que é sombra o passado
É névoa densa o porvir
É relâmpago o presente
A vida, fumo a subir
É sonho o prazer fugaz
Outro sonho a beleza
Nada no mundo é durável
E só na morte há certeza
Nenhuma balança pesa
Nem peso algum dirá
Quanta soma de tristeza
Em certos sorrisos há
Quis que o passado volvesse
Foi novo tempo perdido
Impossível reviver-te
Ó tempo uma vez vivido
A minha felicidade
A paz do meu coração
Reside na eternidade
De uma bola de sabão
Não saio do meu caminho
Mesmo que tu não me queiras
É pequeno o passarinho
E o céu não tem fronteiras
Inveja não me consome
Nem julgo que dê ventura
Eu posso morrer de fome
Que não invejo a fartura
Dizem que a saudade espera
A ausência para chegar
Eu sinto saudades tuas
Ainda antes de te deixar
Os teus olhos tão amados
Quis esquecer num adeus
Mas andam sempre gravados
No fundo dos olhos meus....