Êh! Inaê
Quem te magoou, Inaê
Vou pedir malembe a Xangô
Ago-iê
Inaê se apaixonou
Pelos olhos de Opelé
Que só desengano deixou
Remando contra a maré
Ayacô, deusa da noite
Quem roubou o seu amor
Ferindo mais que um açoite
Bulindo mais que uma dor
Êh! Inaê
Quem te magoou, Inaê
Vou pedir malembe a Xangô
Ago-iê
Opelé negro corisco
Mensageiro de Ifáo
Deu seu braço, fez um risco
Ayacô se fez luar
Mas no rosto de Nana
Reside um resto de fé
Pegou o seu talismã
E chamou Oxumaré
Êh! Inaê
Quem te magoou, Inaê
Vou pedir malembe a Xangô
Ago-iê
Oxumaré que sabia
De Inaê bebe a dor
O céu até parecia
Pintado a lápis de cor
No riso claro do dia
Na mansidão da manhã
A vida pra sempre sorria
No olhar de amor de Nana