Eu tenho em minhas mãos pedras e rios
E fios e pavios e cordões
E onde os espaços são vazios
Eu faço torres, praças e porões
Eu tenho sonhos, tenho calafrios
Suores, arrepios e paixões
E quando os dias nascem muito frios
Eu faço fogo e danço nos vulcões
E se não fosse assim, pra que vir das estrelas
Pra que sonhar um mundo todo azul
Ainda sinto em mim saudade das estrelas
Um cheiro de outro sol que vem do sul
Em tudo o que o meu olho vê, o rastro das estrelas
Saudades das estrelas com você
Eu tenho em mim os séculos inteiros
Templos e mosteiros e prisões
A marca da desgraça dos guerreiros
O hálito sombrio dos canhões
Eu sinto a solidão dos estrangeiros
Temores passageiros e aflições
Eu tenho amores quase verdadeiros
Dúvidas e buscas e canções
De deuses e de rumos tenho vários
Também itinerários e amplidões
O carma quase escuro dos templários
A calma quase sábia dos vilões
E herdei a dor da dor dos solitários
Tristezas e calvários e dragões
Ao menos me restou o ar de Aquarius
Tentando passear nos meus pulmões
E se não fosse assim, pra que vir das estrelas
Pra que sonhar um mundo todo azul
Ainda sinto em mim saudade das estrelas
Um cheiro de outro sol que vem do sul
Em tudo o que o meu olho vê o rastro das estrelas
Saudades das estrelas com você