Você se esconde em mim,
e nasce como um afeto
que guardo para eu ser completo.
E luto para não ser assim.
Adulta, um dia, tornou-se embrião,
Voltando para o ventre, o útero.
E acho que seja inútil,
Trazer-te à tona num parto.
Nascida, você será viva,
não será como um barco,
dominada pelo comandante
de uma esquadra de escravos.
Nau levada pelas ondas,
tormentas, vendavais.
Navegue livre, solta,
mas aporte no meu cais.
Renasça das conchas dos meus ouvidos,
mas não nos tire a ligação, o umbigo.
Cresça dentro de mim, já estando fora.
Só não quero este aborto,
que vive aqui dentro
e não quer ir embora.