Já não resta nada, quase nada
Do de que sonhei vir a ter
Olho pró passado, nada vejo
Do que pensei vir a ser
Fui aprendendo a estar viva
A viver em cada dia
Sei que tenho tudo, quase tudo
Sem contudo nada ter
Tenho o pó da estrada
O caminho qu'ainda hei-de percorrer
Tenho a esperança, o espanto,
A alegria e o pranto
Tenho o universo por morada
E o meu pão é o canto.
Nada, tudo
Tudo sou
Estou no mundo
Não estou só.