Choro de manhã
pois a lua já se foi.
Canto minha dor, desperto,
e durmo depois.
Penso no amanhã
já que o ontem se deitou.
Peço, por favor,
não me acorde, não senhor.
Falo sem querer.
Lamento levantar
a voz que faz beber
uma vida tão vulgar.
Volto pros lençóis
e me pego a rezar.
Olha como eu
chamo o santo pra ajudar!
Logo me recor-
do que fiz ao rever
todas as cortinas
se fecharem de uma vez.
Nunca mais irei
cantar como cantei
esse par por outro, viu?
Até o samba me traiu