Levita a poeira vermelha
Que veste o corpo-de-sal
A praia extensa não há de ser tão grande
Que não caiba na minha mão
O dorso dourado reflete o sol
Na água espelhos, cais
Mundo se desfaz
Ainda não se sabe
Que mãe alimentará os sobreviventes
Espera-se que venha alguém
E embale nossas noites de sono
Com antigas cantigas da serra
Espera-se que venha aquela lua azul
Para contemplar o espaço sideral
Desarmando o corpo de metal
Que ora desperta e flutua
Ainda não se sabe
Que mãe alimentará os sobreviventes