Ir além do enfim
Esgotar todo meu desejo
Se couber em mim todo azul desse mundo inteiro
Há de preencher, me demasiar
Se é que mereço
Entender da arte de ser
O que sou
Depender do vento
Navegar rumo ao que for
Viajar é se condenar
Querer o desterro
E o sabor que é regressar
Cinza no braseiro
Aportar faz-me lembrar
Do mal que padeço
E o encontro do rio com o mar
É derradeiro
Fazer o fim no começo,
Perder e se achar
Além de ver
Sentir o Sol raiar
Ardendo em mim o fogo
Que jamais se apagará
No meio da mata
O céu desceu ao chão
E pediu pro tempo parar
[No meio da mata... Tem um céu no chão... E o tempo até pára... Para além de ver... Ter o Sol em mim]