Eu quero furar a narina
usar uma argola no umbigo
tingir-me de purpurina
e andar pela rua contigo
quero furar o mamilo
tatuar um peixe no braço
afirmar lá o meu estilo
e demarcar o meu espaço
eu quero ser afro-zulu
mostrar na pele o meu tabu
eu quero usar um brilhante
nas nuvens do céu da boca
mas a minha mãe não gosta
porque é demasiado barroca
ela não sabe a angústia
que esta diferença me poupa
não vou ser o zombie cinzento
que ela tem no guarda roupa
eu quero ser afro-zulu
mostrar na pele o meu tabu
quero ser afro-zulu
nativo urbano industrial
mostrar na pele o meu tabu
ser por direito um ser tribal
quero ser afro-zulu
nativo urbano industrial
mostrar na pele o meu, tabu
eu quero ser afro-zulu
mostrar na pele o meu tabu