De Paris ao Pari
Fui buscar meu bordão
De Madri ao Japão
Fui ouvir
De Itabira ao Gabão
Fui levar meu gongá
De Pequim ao Pará
Escutar
Ouvi um conto torto em Macapá
Num ponto de orixá
De uma canção de ninar
Tanta estrada encarar
Não me leva a nada
Não vale o tempo que se passa aqui
Peguei num canto surdo do abadá
Um som de Shangri-lá
Largado ao Deus dará
Cada nota em si
Um conto sem lugar
Deixei um sopro quente me levar
À foz do meu saber
Na voz de um louco a dizer
Não há paz
Não há voz
Não há luz
Não há mais
Não há som pra cantar
Pudera não acreditar
E sigo a procurar