Sinto o meu amor arder numa fogueira em brasa
Vísceras expostas, íntimas feridas, chagas
Sou uma bruxa ardendo na fogueira das grandes cidades
Minhas besteiras têm milhões de séculos de idade
Estranhas sensações renascem enquanto o olho registra
Do jeito que você me conheceu, eu nunca fui igual
Vagando entre ruínas, guerras e conquistas
Vi coisas que se eu contasse ninguém acreditaria
Nem que eu falasse a língua dos bichos
Nem que eu lembrasse das noites de magia
Não, ninguém acreditaria
Nem que eu falasse como todos os homens
Nem que eu viesse com joias e relíquias
Não, ninguém acreditaria
No futuro um homem viverá trezentos anos ou mais
Até lá estamos condenados à eternidade dos dias
Até lá é uma multidão a respirar o que sobrou de ar
Ar, miséria música e maresia.
Ar, miséria, música e maresia.