Meu Sertão.
Heriberto Silva e Edilson Barros.
Seu moço eu sou nordestino,
Tive pouca chance para estudar.
Vivia de casa pra roça,
Eu tinha a mão grossa só de trabalhar.
De noite ia pro terreiro,
Sanfona, pandeiro e um violão.
Cansaço desaparecia,
E a gente seguia dançando canção.
Ah! Que tempo bom ,
Que vivi no interior.
Um berço de sabedoria,
Quanta poesia ele me ensinou.
O lampejar do vagalume,
Até parecia estrela caindo.
A noite tragava esta sena,
Suave, serena na mata sumindo.
Você já viu uma colmeia,
Fazendo geléia da flor do juá?
Por mais que a tecnologia,
Faça transgenia não vai imitar
O meu Sertão ainda tem,
Muitas maravilhas que meu Deus criou.
O sabiá com o seu canto,
E o maior encanto é ver o sol se por.
E quando estou engurujado,
Saiu apressado que nem caipora.
Sentar à sombra do mufumbo,
E ouvir seu Raimundo contando história.