Ontem, ao luar
Tom: Dm
Ontem, ao luar,nós dois em plena solidão,
tu me perguntaste o que era a dor de uma paixão.
Nada respondi, calmo assim fiquei,
Mas, fitando o azul do azul do céu,
a lua azul eu te mostrei...
Mostrando-a ti, dos olhos meus correr senti
uma nívea lágrima e, assim, te respondi.
Fiquei a sorrir por ter o prazer
de ver a lágrima nos olhos a sofrer.
A dor da paixão não tem explicação,
Como definir o que eu só sei sentir.
É mister sofrer para se saber
o que no peito o coração não quer dizer
Pergunta ao luar, travesso e tão taful,
de noite a chorar na onda toda azul.
Pergunta, ao luar,do mar à canção,
qualo mistério que há na dor de uma paixão.
Se tu desejas saber o que é o amor
e sentir o seu calor,
o amaríssimo travor do seu dulçor,
sobe um monte á beira mar, ao luar,
ouve a onda sobre a arei-a a lacrimar.
Ouve o silêncio a falar na solidão
de um calado coração,
a penar, a derramar os prantos seus.
Ouve o choro perenal,
a dor silente, universal
e a dor maior, que é a dor de Deus.