Grande luar: veredas
O sol negaceia seu clarão
O céu veste o véu da escuridão
A lua bonita se desvela em azul.
O orvalho ladrilha o grameal
E gado mugindo no curral
Alardeia a onça atrás do mandacaru.
O rio arriba em turvação...
Um caburé galopa alazão...
Chuvisco de brasa estrelandoo ar
Afoites de peão
Querença de aboiar...
Carece do lume do lampião
Se carcará piou
É cobra em espreitação.
Dá uma tristeza de alegrar
Viver nas veredas ribeirões
Arar chão de pedra
Plantar verso e colher canções...
Ter um zaino velho pra arrear
Fugir de visagem e assombração
Tocaiar a morte
Ao luar do sertão