e se eu quiser não me lembrar
e se eu não me preocupar
e se eu quiser batucar
(toda madrugada)
e se eu quiser não me envolver
e se eu quiser me esquecer
e se eu quiser te dizer
(qual é da parada)
e se eu não quiser me importar com nada?
e se eu quiser acender um e ler Aghata?
foda-se quem é, eu nem tô em casa
tô de diretor em alguma empreitada
trabalho o dia inteiro sinta a batucada
que sai da minha janela e invade a madrugada
que cai no seus ouvido como uma pedrada
que faz as minas darem aquela rebolada
fumo vários no estúdio e sai vários sons
uno vários vagabundo verdadeiro e bom
o meu corpo é fechado, creio em candomblé
então nem quero nem saber quem sou, quem tu é
se eu não quiser me lembrar, claro que eu vou me distrair
vou fumar uns e batucar, pro espirito ruim partir
São Jorge, Maomé, Yemanjá, façam meu inimigo cair
hoje eu não quero me envolver, me deixe batucando sozinho aqui
e se eu quiser não me lembrar
e se eu não me preocupar
e se eu quiser batucar
(toda madrugada)
e se eu quiser não me envolver
e se eu quiser me esquecer
e se eu quiser te dizer
(qual é da parada)
ai doutor, seu dinheiro, suas leis e sua fama
sua carreta fashion e essa puta na sua cama
é reflexo de um país sem passado
presente, futuro, inimigos ou aliados
revoltados com todas as formas de opressão
forças armadas, polícia e o caveirão
televisão, mensagem subliminar
é como Bin Laden frequentando seu jantar
sou a mosca na sua sopa, a pedra no seu sapato
testemunha ocular em dia e momento exato
sou a miséria escorrendo entre os seus dedos
sou a revolta dos barracos, o medo
não vão me oprimir e nem vão me calar
meu corpo é fechado, fechado
não vão me oprimir e nem vão me calar
meu corpo é fechado, fechado, fechado
e se eu quiser não me lembrar
e se eu não me preocupar
e se eu quiser batucar
(toda madrugada)
e se eu quiser não me envolver
e se eu quiser me esquecer
e se eu quiser te dizer
(coé da parada)