[ Featuring Cristiano Fantinel ]
Manhã bronzeada de aurora silhuetando a rude estampa
Da tropa - pelagem pampa - serpentiando acomodada...
Que é nos encontros do mouro e na orquestração dos brados
Que vai se aprumando o gado sobre o cascalho da estrada!
Chapéu tapeado na fronte... Um fiatesse por bandeira...
Perrada baia coleira... Légua, e mais léguas por diante...
Sou mais um desses que o campo enforquilhou num arreio
Pra num aboio tropeiro abrir a goela em reponte!!!
Tropa, tropa! Fora boi! ...É um eco que toma o pago,
Neste ofício que trago, tocando rês nas planuras,
Rimando o tom da açoiteira com a clarinada dos galos...
...Sobrando pata e cavalo ante a falta das lonjuras!!!
Uma saudade se alça junto às retinas campeiras,
Que em meio à polvadeira vão sufocadas de ausência...
O pito disfarça o anseio pela distância daquela
Que me acenou da janela, velando tempo e querência!
Parece que o campo mostra o rumo certo da vida,
Bem quando a tropa estendida vai se mariando na estrada...
A noite fria me ronda aos olhos das três-marias,
E o sereno acorda o dia na manhãzita gelada!
Tropa, tropa! Olha o carreiro! ...Quebrando a calma do pago,
É o clarim de um grito largo por este mundo fronteiro...
E o mouro segue tranqueando, tocando os pampa por diante,
Num rumo longo e distante, feito alma de tropeiro!!!