É possível que algum violeiro
Certo dia a viola inventou
Inspirado em amor sorrateiro
Que primeiro em seu peito morou
O desenho que foi escolhido
Não seria um modelo qualquer
Tinha mesmo que ser parecido
Com o corpo de uma mulher
De acordo com sua vontade
Pela dor que sentia no peito
Ele tinha total liberdade
Pra fazer a viola a seu jeito
Mas sem curvas jamais poderia
Porque amor uma reta não quer
São as curvas que na fantasia
Aproximam viola e mulher
Qualquer um violeiro admira
As três curvas que são semelhantes
No cantar rimas da sua lira
Todas elas são muito importantes
São as curvas da mulher amada
Da viola que é a preferida
E a serpente de uma estrada
Nas quebradas da sua vida
Protegido por tantos abrigos
Um violeiro constrói o seu ninho
Preparado pra qualquer perigo
Ele nunca se sente sozinho
Mesmo quando a mulher não dá bola
Ou que a vida se torne vazia
Sobram as curvas da sua viola
Pra poder continuar na folia