Neste tranquito que a lo largo sou estrada
Levo os meus sonhos nesta ânsia de andar
Pelos caminhos que escolhi e me mantenho
Porque eu venho de um santo e bom lugar
Venho do campo, dos açudes e lonjuras
Das águas puras, dos arroios e vertentes
Onde o cavalo, o guarda-fogo e as enxadas
Fazem quarteadas relicárias de sua gente
Onde a vergonha tem morada e faz mais forte
Há de bom porte amizade entre os senhores
Onde o romance da tardinha dá mais sorte
E é suporte pra quem vive seus amores
Nas casas grandes com sacadas nas varandas
Dançam cirandas as folhagens e as crianças
E os meus dias têm mais vida e anoitecem
Quando uma prece faz mais viva as esperanças
O amanhecer traz o perfume e o vigor
Para o labor que planta o pão e serve a mesa
Onde se vê que o supremo criador
Fez seu amor e deu o nome natureza