Confesso, querido diário,
essa mulher me convulsiona
o ar de mártir no calvário
dentro da bacanal romana.
Garanto, querido diário,
que atrás da leva hipocondria
convive a história de um sacrário
com o fogo da ninfomania.
(hum...)
Hoje, acordei
tomei café
me machuquei
comprei o jornal
fiz a fé no bicho
pichei o governo
me senti quadrado
fui ao analista
cantei babalu
mais fora de esquadro
do que esquerdista
no Grajaú.
E o tempo todo, meu diário,
pensava nela com amargura.
O arquipélago das sardas
nas costas mas, que loucura!
Constato, querido diário:
muito pior do que esquecê-la
é encontra-la pelas ruas
dizer: ¾ olá, prazer em vê-la...