PALMA E PÃO (TEMA DE MARIA CAPÔRA)
(Socorro Lira)
Olha quanta alegria na praça, e o povo parece feliz
O circo na rua, que graça, é comédia do dia, irmão
É o artista no peito e na raça, garantindo sua palma e seu pão
Tanta cena nos becos, favelas, representa cozida ou crua
Toda peça que essa vida prega, cada passo prá marcar o chão
Faça sol, faça chuva, anda légua ? ele vive de palma e de pão
Chega o som lá da periferia, do terreiro e de todo lugar
Vem da roça a viola caipira, pontilhando toda a solidão
Seja canto de amor ou de ira ? à artista a palma e o pão
Seja ele daqui ou de lá, é a arte sua profissão
Dê licença o dono do poder, pode ser que lhe agrade ou não
Fazer verso é ofício e prazer, pois eu vivo de palma e de pão
Isso é tudo que a vida me deu, cá na terra não tenho avalista
Aprendi a fazer rima e cantiga, canto de graça, mas pago à vista
Agradeço a vocês pela palma, e ao povo que me fez artista
Agradeço a você pela palma, e à vida que me fez artista
Agradeço a você pela palma, e ao povo que me fez artista
Agradeço a você pela palma, e à vida que me fez artista