Criolhinha, Decí Que Sim
Criolhinha, dice que sim,
que já não alumia o luzeiro,
porque teus olhos que quero
já não brilham para mim.
Um pedacinho de céu
é minha dita e é meu desejo,
e eu guardo escondido
como um tesouro querido
o mechoncito de cabelo
que me amarrou a teus olhos.
Criolhinha, não digas nada
se ao vento dou meu lamento,
que a amargura que sento
está em meu peito fincada.
Uma florzinha me dice
e um beijo eu te roubei,
e nunca saberás, chinita,
todo o dano que me fizeste
com o beijinho roubado
que aquela tarde perdeste.
Criolhinha, decí que não,
que de tormento me morro,
porque tua boca que almejo
todo seu fogo me deu.
Duas angústias vou tendo
enredadas em meu peito
e vou levando maltrecho
as penas que estou sofrendo,
que se teu desdém me mata
teu amor me vai consumindo.