O poeta diz a verdade
Quero chorar minha pena, e te digo
Para que você me quiera e chore
Em um anoitecer de rouxinóis
Com um punhal, com beijos e contigo.
Quero matar a única testemunha
Para o assassinato de minhas flores
E converter meu pranto e meus trabalhos
Em eterno monte de duro trigo.
Que nunca acabe a madeira
Do te quero, me queres, sempre abrasada
Com decrépito sol e lua velha
Que o que você me dá e não te peça
Será para a morte, que não deixa
Nem sombra pela carne estremecida