Fala
Quero escutá-lo
Ainda que sejas como o tal do curupira
Seu pé virado
A pisar no meu calo
Mas não me calo
Ainda que eu seja Aquiles
De calcanhar fraco
E que tu sejas aquilo
Que vejo de mais estranho
A distorcer o que falo
Mas quero ouvi-lo
Pra me situar no folclore
Do seu estilo
Pra ver como você colore
Longe do Nilo
Fala
Quero escutá-lo
Ainda que sejas como a tal dona caipora
Cabeça quente
Habitante do mato
Seja sensato
Não vim de tão longe pra ouvir
O seu desacato
Sou conterrânea da esfinge
Vem você agora e finge
Que já decifra o que falo
Mas vou ouvi-lo
Não vá saquear a cidade
Por causa disso
Pois tudo o que digo é verdade
Sem compromisso
Quero escutá-lo
Ainda que sejas um saci que não mereça
Pra não dizer mula-sem-cabeça
Vou dar um agrado pra acalmar essa situação
Um cavalo gigante, um presente grego de arrasar
Pergunte ao povo de troia
Meu discurso vai soar
Como um badalo
Eu não vim pra adocicar
Seu café ralo
é tão difícil escutar
Mas não me abalo
é tão difícil escutar
Mas não me calo