GRAVIDADE (FÁBIO SIQUEIRA)
Só no olhar já decifrei o gosto
Sorriso a iluminar os medos que ocultei
Foi de arrepiar os pelos
E na pele exalei desgosto
Entre lençóis emoldurei teu rosto
Da minha mente transbordou a todo corpo
Feito marcado a ferro entranhou em mim
Não duvidei, foi o oposto
Ai, quanta vontade
Fazer-te o centro da minha vida
Minha gravidade
Ai, quanta maldade
Oculto e mudo fico à margem tua
Da tua passagem
Leva daqui o gesto habitual
Perdoa os pecados que não confessei
Não há razão que dure ao te desejar
Perdura-me o lado passional
Meus devaneios a me consumir
O vento sopra a te distanciar
Tento alcançar teu colo e saboreio a dor
Pois esse bem que é mal não sai de mim
Ai, quanta vontade
Fazer-te o centro da minha vida
Minha gravidade
Ai, quanta maldade
Oculto e mudo fico à margem tua
Da tua passagem