Tempestade Com Copo D?água
(Luciano Alves)
Entendo bem o que você me diz
Isso foi que eu sempre quis
Entender o que se passa
Então lhe peço não me faça
Tempestade com um copo d?água
Quem foi que disse que a vida é justa?
Que todo esse egoísmo nada custa
O homem não é mau
Pesa como um animal
Não é santo ou pecador
Não tem todo esse valor
Que tal fazer as pazes com a imperfeição?
Pois cada um recebe o seu quinhão
Temos piedade
Mas na realidade
Só fazemos tempestade
Com ou sem água na mão
Entendo bem o seu ponto vista
Todo mundo tem o seu, é grande a lista
Uma questão de honra
Prestação de contas
Tudo tempestade com um copo d?água
Tempestade com um copo d?água
No olho da tormenta tudo é calmo
Mas quando a fome aumenta não tem salmo
Que convença a mãe, o pai e o filho
Que a violência nunca é o caminho
E então vem o senhor da tempestade
Manda chover e alaga a cidade
Essa vida é muito complicada
E quando simplifica a gente estraga
Tantas vezes basta um sorriso
Mas a gente prefere virar bicho
Provar ao mundo que a gente é forte
E então entrega tudo à própria sorte
E então a vida é um jogo misterioso
Inventado pelo Todo Poderoso
O mundo é um grande tabuleiro
Queremos, todos, a vida do rei
Mas a vida do rei é a mais chata
E a vida do peão a mais ingrata
De quando em quando eu penso que entendi
E então vem o tropeço logo ali
Ergo as mãos aos céus, desesperado
Pedindo a Deus, estou necessitado
Prometo que essa foi a última vez
Que eu banco o sabichão entre vocês
Por isso meu irmão eu entristeço
É tudo igual, só muda de endereço
Essa humanidade que só vai
Pros lados, não pra frente, nem pra trás
Eu vou pras Cordilheiras do Himalaia
Eu já não mais pertenço a essa laia
E é tão irônico a gente ver
Que já não tem mais água pra beber
A saúde do planeta anda pior
E sua febre inunda tudo de suor
E a gente faz de tudo e não faz nada
Só tempestade com um copo d?água