Vasco Graça Moura Mário Pacheco
Perguntei ao mar salgado / Pela gaivota doente / Por seu voo desenhado / À crista da ondas rente / Seu bico tocava a
espuma / E nas asas transportava / Branco estilhaço de bruma / Que à luz do sol faiscava / Viveu na rosa dos ventos /
Nos halos da maresia / E entre os algodões cinzentos / Das nuvens quando as havia / Mas o mar já não a expela / Não
vem mais à maré vaza / Nem às nuvens aparéela / Nem o vento é sua casa / Digo ao mar salgado assim: / Nunca
mais ninguém a viu / Nem voa dentro de mim / Porque o meu amor partiu