Júlio de Sousa
Sou do fado / Como sei / Vivo uma pena cantando / De um fado que eu inventei / A falar / Não posso dar-me / Mas
ponho a alma a cantar / E as almas sabem escutar-me / Chorai, chorai / Poetas do meu país / Troncos da mesma raiz /
Da vida que nos juntou / E se vocês / Não estivessem a meu lado / Então não havia fado / Nem fadistas como eu sou /
Esta voz / Tão dolorida / E culpa de todos vós / Poetas da minha vida / E loucura / Ouço dizer / Mas bendita esta loucura
/ De cantar e de sofrer.