À porta de um homem rico
Sofreu de lepra um mendigo
A quem foi negado o pão
Um homem faminto por migalhas
Cães lambendo suas chagas
Estirado sobre o chão
Lázaro morreu sem qualquer glória
Mas com beleza, com vitória
Pois seu nome foi chamado
Foi abraçado
Sem lepra, sem fome, sem medo
Com Abraão pôde cantar
Com Abraão pôde cantar
Com Abraão pôde cantar
Com Abraão pôde cantar
O homem rico foi condenado
Eternamente torturado
Pelo egoísta esplendor
Por ele Lázaro foi chamado
Com um doloroso brado
Em nome de um favor
Que do céu
Molhasse o próprio dedo
Por piedade encostasse
Na ponta da língua
Que tanto ardia
Mas abraão o negou e ficaram
Vendo sua língua queimar
Vendo sua língua queimar
Vendo sua língua queimar
Vendo sua língua queimar
Vendo sua língua
Vendo sua língua
Vendo sua língua
Vendo sua língua