Escuta, meu sinhô:
a terra já secou embaixo da laranjeira.
Pé de laranja lima, lima de amolar facão.
Facão de aparar a cana, cana de fazer o mel.
O mel é pra adoçar o dia...
Tem mel e melancia!
Vida de gado!
Feliz é quem pode cantar a dor.
Cantador de arco-íris, rimas de prosador.
Santa Maria pode descer, Leopoldina virar ferrovia.
Lá vai! Lá vai! Lá vai!
Lá vai caminhão no pó do chão da estrada.
Do computador ao pau-de-arara.
Ai, Avenida Brasil: faixa 1 pra São Paulo; faixa 2 pra Xingu.
Onça, bicho-do-mato, sucuri,
perdidos na avenida dos iguais do planalto central.
Sobe elevador, se adentra no chão.
Facão na madeira, madeira, carvão.
Santa Maria pode descer, Leopoldina virar ferrovia, que a região da terra santa
abençoada por Nosso Senhor,
há de ficar pra sempre nas lembranças,
nas rimas, nos versos de um cantador.
Brasil,
Brasil,
Brasil.