paola lappicy - veias abertas Lyrics

é fim de tarde
é fim das encostas do sol.
Seu corpo se dói tanto sob o meu corpo
Nu.

Um corpo pende do nada
Um corpo em buraco algum
água e cano e pó e baba
Fora dum quadrado comum

Pedras e cabelos sobem,
Olhos baixos,
é só poeira.
Golpes de marreta,
é o prenúncio do entulho.
é um golpe de estado,
Sob as veias abertas duma américa latina.
Não se deve amar em guerra -
Mas se deve gozar sim.

Eu sei voar, mas dói.
Eu sei voar.
Mas meus braços encolhem de dor,
E o azul dá tanto medo, meu senhor.
Ficam as mãos dum adeus,
Fica um céu da cidade.
A cidade vela,
A gravidade dança.

A cidade vela,
A gravidade dança,
A cidade pesa,
A gravidade dança -
Transa.

Eu e você, dói.
O ciúme, dói.
Eu sei voar,
Mas meus braços encolhem de dor.

Eu não queria que você fosse embora
Tão rápido assim -
Por isso botei lupicínio pra tocar num radinho
Bem ao lado da cama.

Eu não queria que você fosse embora
Tão rápido assim
Por isso deixei uns ovos mexidos com café
Em frente a cama.

Eu não queria que você fosse embora
Tão rápido assim.
Por isso roubei seu bilhete único e escondi
Num pano embaixo da cama.

Eu não queria que você fosse embora
Tão rápido assim.
A cidade vela.
A gravidade dança.