Vela sem chama,
Peixe que morde o anzol
Mão bamba que derrama,
O vinho que mancha o lençol.
Apatia estranha
De um domingo sem futebol.
Mundo moderno,
A batatinha sem sal,
Homens que correm de terno
Fogem ao sentimental.
Apatia e inverno
Anunciando o final.
Flor fugaz do eterno
Vem pra trazer temporal.
Tanto fez e tanto faz.
Vai saber, não dá mais.
Já se foi.
Só vai.
Vozes mudas,
Mudas que odeiam crescer.
Folhas de arruda
Que falham ao me proteger (nem sei por quê).
Apatia gruda
Pra nunca desvanecer.
Nem o tempo ajuda.
Nem o tempo ajuda.
Nem o tempo.