Eu sou a folha do outono/
Já fui semente fui raiz/
Fui tronco, galho fino onde o sabiá cantou/
Agora é renascer em outros cantos meu dever/
Sou folha que não cai/
Pois tenho o vento que embala até meu pai/
Me leva, vento me leva/
Me leva pra onde vive o sol/
Vento é o sopro de quem canta a minha história/
Cama onde eu deito a tarde minhas memórias/
Meu amparo ao meu desligar da arvore da vida/
É o suspiro que habita todo ser/
É o cantar com sentimento e intenção/
Se palavra o vento leva o que dirá canção.