Leve tristeza nessa tarde
Que a visão do mar acaricia
Um dia a mais que morre
Sem alarde e ascende
A esperança de outro dia
Estrelas acordam docemente
Num ritual antigo e conformado
A tarde trás a mágoa persistente
Herdada de outras tardes do passado
Choro de criança
Gritos e risadas
Uma tristeza sem dor
Sem consistência
Minha infância sorrir pelas calçadas
Brisas leves, sons de violino
O mar azul toma consciência
E desce a terra pelas mãos dos sinos
Pelas mãos dos sinos.