Vou fazer chover na estrada
Prá não levantar poeira
E cantadorzinho novo
Vou fazer tirar carteira
Vou pegar os linguarudos
Que falam do seu teixeira
Antes de negar que falam
Corto eles de soiteira
E vou acabar também
Com mulheres faladeiras
Vou por pimenta na língua
Prá deixar de ser fiteira
E esses bonitinhos bobo
Vai levar uma pauleira
Que é prá ficar conhecendo
O que é porteira de mangueira
E esses que não lêem jornal
Analfabetos em geral
Eu faço entrar no mobral
E dar um beijo legal
Na bandeira brasileira.
Vou afirmar esses grossos
Mais grossos que tronqueira
Tradição não é grossura
Cultura não é besteira
Vou fazer homens casados
Esquecer moças solteiras
Casou ficou veterano
Pendure as suas chuteiras
A alguma mulher casada
Que ainda é namoradeira
Prá apagar a caloria
Vou prender na geladeira
E essas moças solteironas
Eu vou passar na peneira
E as que passar pelo furo
Vai encerrar a carreira
Prá criança melhor vida
Mais estudo mais comida
Religião mais entendida
Da senhora aparecida
Que é a nossa padroeira
Vou parar os lombizomes
Que vira na sexta-feira
Entrar na jaula do tigre
Prá na calça dar goteira
Vou fazer os atrevidos
Respeitar a sinaleira
E caçar os documentos
Dessas meninas barbeiras
Malandro que não trabalha
Vai dar muro na pedreira
E prá mostrar que eu não sou
De uma raça morredeira
Os homens da fala fina
Vou jogar na pirambeira
Prá não enganar pai e mãe
Nem a coitada da parteira
Mu lher tem que ser mulher
E o homem de onde vier
Ser macho a lei requer
E fazer o que puder
Pelas cores da bandeira