Há cinco anos deixei minha terra
Mas não consigo tirar da lembrança
Eu tinha apenas dezesete anos
Falando a verdade era meio criança
Eu descuti com o meu velho pai
Ele escutou fazendo de traça
Venho dizer que vendi um cavalo de estimação
Meu pai ganhou de herança
O fuchiqueiro é que tinha rouba
O nosso cavalo por nome esperança
Levei na justiça pagou a sentença
Fiz minha inocência pensar na balança
Meu pai ficou triste me pediu perdão
Por ter caluniado e mentido que errei
Magoado e ferido meu prato caiu
Abraçado no velho perdão eu lhe dei
Fui para o meu quarto juntei minha roupa
Pus dentro da mala minha mãe chamei
Quero a sua benção mamãe vou embora
Se a magoa passar um dia voltarei
Minha mãe chorava,não chore mãezinha
Por onde eu andar não lhe esquecerei
Distante recordo a triste despedida
Mãezinha querida assim lhe falei:
mãe, o meu violão a senhora dá para alurdes minha namorada, eu gostomuito dela. o cavalo tordilho dê para o osvaldo meu irmão, as duas vaquinhas a barrosa, a baíta, dá para minha irmãzinha, a espingarda,a cartucheira, os dois cães, o perdigueiro, o policial a senhora dá...
-para o seu pai meu filho (ela). - sim mãezinha, dá para o papai.e, para a senhora mãezinha, eu vou lhe dar este terço que eu tenho de mais sagrado, eu ganhei do padre augusto quando fiu sacristão na capelinha das dores, e foi com este terço mãezinha que eu descobri o ladrão do cavalo do papai. reze bastante com ele mãezinha. e, agora, adeus mãezinha.
- deus te abençoe meu filho - (ela)
No mundo vagando cheio de saudade
Lá vou eu andando pela estrada além
Mãezinha de rezar no rosário sagrado
As contas do terço de certo não tem
É triste um filho viver como eu vivo
Distante daqueles que lhe querem bem
Não voltei ainda embora sabendo que um pai
Tem direito de errar também
Faz cinco anos e a mágoa não passa e o meu coração
Sofre como ninguém
Mãezinha se a mágoa não ficar prá trás
Não espere mais que o seu filho não vem