Em um mil e novecentos
No estado da Bahia
Um ricaço fazendeiro
Por nome de Jeremias
Leu a sorte do seu filho
Com a cigana Maria!
Ela disse meu amigo
Me corta o coração
Mais se veio pra saber
Vou lhe dar explicação
O seu filho vai morrer
Nos chifres do boi Tufão!
Fazendeiro Jeremias
Mandou chamar o empregado!
Vai buscar o boi Tufão
Deixe ele encurralado
Amanhã, rompendo o dia!
Ele vai ser degolado!
O moço era obediente
No cavalo foi montando
Saiu pelo pasto afora
Com o coração sangrando
Desceu o chapéu no rosto
Pra ninguém lhe ver chorando!
Mataram o boi Tufão
Os anos foram passando
A cabeça do animal
No quintal ficou rolando!
Naquele mesmo lugar
Menino estava brincando
E na hora do almoço
A sua mãe lhe chamou
Menino saiu correndo
Em uma pedra tropeçou
Caiu na ponta do chifre
Do boi que seu pai matou!
Naquele sertão bravio
Nada puderam fazer
Foram chamar o doutor
Ele não pôde atender
O seu pai em desespero
Vendo seu filho morrer
Menino falou baixinho
Papai preste atenção
Eu vou pra junto de Deus
Me tenha no coração
Meu destino era morrer
Nos chifres do boi Tufão!