Dizes que a vida te foge, que tens medo
Que um dia te arrependas de voltar atrás
Eu finjo dar importância ao teu lamento
E uso falsos argumentos para que não te vás
Toda gente te avisou de que eu não presto
Que me viram por aí com outras mulheres
Que eu tenho má bebida que não sou honesto
Mas quanto mais eu saio da linha mais tu me queres
Andamos já há tanto tempo em contramão
No engano de contrariar a solidão
Mas ninguém pode ser feliz, como se diz
Numa prisão
Ambos entrámos neste jogo para perder
Nunca existiram trunfos nem batota
Mas não viemos dar à praia para morrer
E quem sempre correu por gosto não se esgota
E se um dia todas as portas se fecharem,
Havemos de encontrar uma janela,
Para nos rir-mos do mundo através dela